quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A UNIÃO AFRICANA E A QUERELA DOS GRANDES


Foi sob uma grande tensão que o Gana acolheu no mês passado, a nona cimeira da União Africana. O ambiente da temperatura política era tal, que semanas antes da realização da cimeira, alguns líderes puseram em causa a utilidade da manutenção da data da sua realização.
O confronto pouco democrático protagonizado pelo presidente Thabo Mbeki da África de Sul e o coronel Muammar Kadafi da Líbia, não passou indiferente em nenhuma capital da política africana.
O tom de força apresentado pelos dois presidentes não era só motivos de preocupação para o presidente da União Africana, (o maliano, Alfa Umaro Konaré), mas de todos os líderes do continente. Em causa estava a questão de saber se, se devia avançar com o projecto dos Estados Unidos de África apadrinhado pelo presidente líbio ou se, se devia primeiro de tudo como defende o presidente sul-africano, Fortificar as instituições regionais.
Como é óbvio, é mais do que evidente que a ideia de Estados Unidos de África neste momento é um contra senso para um continente que se quer democratizar. O projecto do coronel Kadafi, independentemente de ser viável ou não, requer antes de tudo, ser acompanhado pelas instituições verdadeiramente democráticas e precisa também de convencer aos cidadãos africanos da sua verdadeira utilidade para o continente. Pois, uma coisa é ter ideias megalomaníacas com fins de reconhecimento público e até mesmo de ajuste de contas com os seus inimigos europeus e americanos e outra coisa é ter ideias que possam revitalizar o continente rumo ao desenvolvimento e a democracia.
Desde o desaparecimento do presidente Félix Houpbouët-Boigny da costa do Marfim que o coronel Kadafi foi se habituando a ideia que os lideres africanos o devem seguir simplesmente como cordeiros. Por isso, não é de estranhar que ele não tenha gostado que o presidente Mbeki o fizesse face.
Ao tentar intimidar o tom desafiador do presidente Thabo Mbeki, financiando ilegalmente algumas instituições, o coronel Kadafi cortou-se democraticamente, embora da democracia ele tenha pouco ou quase nada.
A tentativa de subverter o presidente Thabo Mbeki, primeiro por dentro com o financiamento da política antigovernamental através das instituições e das ONGs e depois por fora através da diplomacia da influência, revelou-se simplesmente uma tentativa de golpe político e diplomático muito baixo. A baixeza é de tal forma gritante que o coronel se esqueceu que a África do Sul não é daqueles pequenos países onde anda a semear religião e ideologias pouco ortodoxas.

Assim, a cimeira que devia servir para discutir os principais problemas do continente, não fez que demonstrar a quão crispada está a União Africana. O presidente da UA, bem tentou justificar a ausência do coronel presidente nas primeiras horas da cimeira, mas não foi possível pois não há sol que esconda tanta desavença e falta da democracia no seio da União Africana.
PS: Publicado na "Positiva" do mês de julho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Escrever por escrever mais vale não escrever. O fulano e os seus amigos agora lembram que se pode fazer uma prisão num barco, num país que nem se quer tem combustível para as coisas mais elementares. Desgraça deste tipo que só sabe transcrever as conversas privadas. O ataque ao Valentm não podia revelar-se de nível mais baixo. Aqui em Frankfurt também se pode ler os escritos do Valentim na biblioteca universitária, algo que não é dado a todos, não se trata de ler os lixos da net mas livros publicados e classificados. Pena Senhor Didinho, muita pena comportar assim com uma pessoa que deu brilho analítico ao seu monte de lixo, olho só para as pessoas que agora escrevem para o distributo.

Anónimo disse...

Caro Valentim, tenho pena que tenha optado pelo silêncio na polémica que o Nandiho montou contra si, mas também compreendo que um intelectual com o senhor só possa optar por tal silêncio. Vi ha dias no sit do nandinho os disparates do seu acólito número um, o senhor Djidji a afirmar o seguinte:

"Inácio Valentim não é pioneiro na denúncia da passividade do povo guineense em geral e dos seus intelectuais em particular. Basta lermos "A INDIFERENÇA QUE VAI FAZENDO A DIFERENÇA"escrito por Didinho no Editorial do seu próprio site em 21/8/2006. Eu próprio já abordei esse tema nos comentários que vou fazendo neste espaço. Acho que o nosso conterrâneo pode estar desinserido da realidade do país,..."

Só tenho a dizer que este senhor não lê ou só sabe defendero o Didinho independentemente do grau de burrice que este pratica, por isso recomendo que vão os dois ver os artigos publicados no seu antigo blog e julgo também no do nandinho.
1º "O cancro social" de 16 de Abril de 2006, muito anterior ao artigo do Didinho nandinho.
2º "Que é feito das vozes dos intelectuais guineenses" publicado a 12 de Agosto de 2005.
3º "Seis anos depois" publicado a 8 de Outubro de 2005 onde o apesar do desagrado pela opção de escolha do povo, mesmo assim felicitou o PR e desejou que governe bem julgo que o mesmo artigo está publicado no "Noticias Lusófonas". O Nandinho não só devia pedir desculpa mas o seu acólito devia estar mais atento no que escreve em sua defesa. Quanto a si Valentim, acho no fundo do coração que recebeu o que mereceu. Não é proibido escrever mas é bom pensar com quem colaboramos, pois o Didinho é intelectualmente muito baixo é um tipo esforçado e nada mais. Para o futuro pensa bem. Ele precisa da amizade de jornalistas para ser bem visto. A minha filha é admiradora dos seus escritos conseguiu o seu ultimo livro na feira de livro de Lisboa. Ao tempo oportuno revelar-me-ei.