quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A DIPLOMACIA DO SOFRIMENTO











O ponteiro do tempo parece estar parado para alguns funcionários da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal. Há anos que vão vivendo à sombra da vida e à margem do conforto e da vicissitude laboral, intelectual e económica daquilo que é uma verdadeira carreira diplomática. Num meio laboral vestido, particularmente, com a espessura da noite de pequenez característico ao meio político e partidário guineense. Já se fizeram sentir ecos acerca do mau estar dentro do espaço consolar e diplomático guineense por causa das guerras de interesses e o crescente poder das forças ocultas que por lá deambulam. Razão mais do que suficiente para perguntar, se é que a pergunta ainda não foi feita – quem é o Embaixador dentro do espaço consolar e quem exerce o poder de Embaixador no referido espaço. Também não fica mal perguntar se a senhora Ministra que tutela a pasta da Diplomacia teve o cuidado de se inteirar a fundo sobre o real funcionamento da Embaixada. E, já agora, se o senhor Primeiro-ministro e até mesmo o senhor Presidente estão interessados em saber acerca daquilo que é o espelho do país fora do país.
O panorama dos acontecimentos não fala a favor da positividade das perguntas feitas e diminui o impacto da Embaixada enquanto figura jurídica e diplomática que oferece serviço e protecção à comunidade guineense que reside em Portugal, quer se trate de pessoas afectas à Embaixada por vínculos laborais, quer se trate de pessoas ligadas a ela pela representatividade do Estado.
Por tudo isso, não seria mau que o senhor Primeiro-ministro aproveitasse a deslocação a Lisboa para tentar pôr cobro à situação desumana dos funcionários. Aqueles que ainda lá estão e aqueles que foram dispensados/transferidos e que, curiosamente, o salário em atraso de alguns já vai no quinto ano. Também é salutar que se resolva a situação escandalosa da prática dos cheques carecas que parece ser legitimada por falta de punição.



9 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro, quem manda na embaixada não é o embaixador, mas o senhor JR, o irmão da esposa do chefe. O embaixador com medo de perder o lugar limita-se simplesmente a executar o que JR diz. Coragem e muito obrigado.
Um diplomata.

Anónimo disse...

É triste que os funcionários da Embaixada não recebam os seus respectivos vencimentos, mas o mais triste ainda é que eles resolvam passar cheques carrecas num país estrangeiro. Foi um bom artigo, muito oportuno. Pode crer que isso não passou despercebido ao PM, sei-o pelas fontes seguras.

Anónimo disse...

E a máfia que está lá montada? Aquilo até mete nojo. As pessoas chegam para resolver problemas de documentos e andam lá 3 tipos engravatados, jovens, que paracem máquinas registadoras quando avistam as suas presas. por volta das 11/12 horas, chegam eles. Uma vista de olhos nas vítimas do dia, encostadas ao muro, que pedem clemencia e ajoelham-se para serem depenados. Transportaram todos os costumes da Guiné para cá. Burla, salários em atrazo, abuso de poder...

Anónimo disse...

O Pior de tudo é que a Embaixada da Guiné-Bisau em Lisboa é o único lugar em que os "necessitados" são recebidos no quintal pela porta da cozinha. Que tipo de Embaixada é nossa? Uma entra pela frente e tem andar entre arbusto mal tratado até chegar ao quintal sujo nem um banco para se sentar e os documentos são preenchidos nos degraus daquele laborinto que leva ao dito quintal. Mas, vista a cidade de Bissau, caros compatriotas a nossa "imbassada" não podia ser diferente. Se a Embaixada é o espelho reflector da Nação e é sem dúvida que a Nação reflecte nas suas representações "Embaixadas". Como que está o estado da saúde fisica do nosso Palácio? Onde dorme o Presidente da República da Guiné-Bissau? Não é na sua casa? Como quereis que a nossa Embaixada seja diferente em Lisboa ou em Nova Yorque? Em tempos decorridos foi o primo do Chefe Maior, agora é o tempo da "cunhadaria", o que leva a concludir aquilo não é uma Embaixada mas uma Oligarquia que faz negociata familiar em nome da Nação guineense tanta sugada mas que heroicamente continua a despenhar seu papel de maternidade responsavel. Avante Guiné-Bissau. Os bons tempos hão-de chegar infalivelmente porque esses "djambatutus" passarão imperativamente. Então te rirás a altos brados se é que a tarefa da RECONSTRRUÇÃO NACIONAL não to impedir.

Anónimo disse...

Já agora aproveitem para verificar se os embaixadores, quando desviam dinheiro, ficam impunes.
Quanto ao pessoal da embaixada, levam pelo menos 36 meses sem receber. O que é obra.

Anónimo disse...

O pior de tudo é que o senhor J. Romano não percebe nadinha mesmo nem dos assuntos consulares e nem de assunto diplomático, mas mesmo assim continua a dar a carta branca. Só uma pergunta ao senhor embaixador. Sabia ou não sabia do diplomáta que anda a passar os cheques carrecas? E Ja que sabe, o que é que fez para que essa situação não se repita ou melhor não continue?

Anónimo disse...

E os cheques carecas do embaixador?

Anónimo disse...

Alguém dizia que a Guiné está-se a encaminhar passos largos rumo ao desaparecimento como Estado-Nação vocês não acreditaram.
Se o povo que depois de mais de 18 anos sofreu todos as barbaridades do regime déspota e cruel do Sr. Nino Vieira voltou a lhe confiar os destinos da Nação, então que fazer?

Anónimo disse...

É bem feito! levaram porrada durante 18 anos, e ainda querem lá o gajo. Aquilo é um amor doloroso.