sábado, 22 de setembro de 2007

OS SOBREVIVENTES


A retórica do efeito biombo muitas vezes utilizada pelo Dr. Fadul já não é uma novidade para a comunicação social. Contudo, o que não deixa de ser novidade no meio de tudo isso, é a própria pessoa do Dr. Fadul enquanto figura política partidária. Tendo em conta a conjuntura política guineense, há muito que Fadul já devia ser uma carta fora do baralho, mas o homem resiste e vai resistindo. Em boa verdade, a resistência do Dr. Fadul é uma boa coisa para a democracia eleitoral guineense, simboliza mais um partido e mais um político a vociferar nas ruas poeirentas de Bissau enquanto a vida política real se desfaz na imensidão da corrupção activa.
Se na verdade é louvável a actuação do Dr. Fadul em relação ao ministro da Administração Interna da Guiné, nem por isso deixa de ser questionável quanto a sua coerência e a sua objectividade a curto e a longo prazo. Será que o motivo do Dr. Fadul se resume simplesmente naquilo que vimos e lemos na comunicação social ou é porque está haver um renascimento da política na Guiné? Pelo que se sabe através do ambiente político que é vivido no país, não há nenhum renascimento na política guineense e sabe-se também que os argumentos apresentados pelo Fadul não são nem de perto nem de longe ingénua politicamente. Porque será então?
Fadul é um sobrevivente dos vários movimentos políticos guineenses, já passou por vários partidos e já fundou dois deles e em todos sempre viveu não como líder mas como um resistente da sobrevivência. Ora o espaço da sobrevivência na política é geralmente reservado para os partidos espectáculos, aquele que só podem sobreviver graças ao carisma do seu líder. Na Guiné, o Dr. Kumba é o protótipo deste espaço, espectáculo em vez da política. O aproximar da eleições exige que os lideres marquem pontos e pessoas como Fadul só podem fazê-lo dando espectáculo, ainda que contraditoriamente.
O governo do Dr. Fadul foi um dos que mais arruinou a Guiné com a orgia económica e política dos militares chefiado pelo seu amigo Ansumane Mané. Fadul esteve ao lado do Nino Vieira no Governo do Dr. Aristides Gomes onde pessoas como Nado Mandinga conseguiram em pouco tempo recuperar as empresas falidas há mil anos e Fadul ainda não explicou quanto recebeu para lesar o Estado guineense para apelar o seu insignificante voto no presidente Nino. Então em que ficamos, qual é a verdade do Dr. Fadul? Pode até ganhar acção contra o Dr. Baciro Dabo e seria bom que a ganhasse, mas nunca passará de um sobrevivente da mortífera política guineense.

6 comentários:

Anónimo disse...

1) A ÁRVORE QUE NÃO DEU FRUTAS PROVEITOSAS

É incontornável o papel da politica mesquinha dos nossos políticos na sociedade Guineense onde naturalmente Fadul e todos os outro se desfilam como finados na estrada de Sacor a espera de uma canoa que os transporte para aquele sítio donde nunca deveriam ter regressado para infernizar a vida dos imortais Guineenses.
A pouca vergonha que campeia por aí, que me perdoem o pleonasmo, ultrapassa o “ N’turudo”, porque o “N’turudo” tira a máscara no fim duma longa e conturbada tarde de “panta mininos” ou “suta badjudas ku negal”, e dá a cara sem vergonha do que fez.
Mas, os nossos políticos meus irmãos, desses já não se pode dizer o mesmo, porque é sem a máscara e sem vergonha que fazem e desfazem as suas aldrabices aos olhos de todos os cidadãos que incansavelmente vão zurzindo aqui e acolá mas… nada ka tem.

O populismo exacerbado do Francisco Fadul foi fazendo dele e do Kumba como disse e bem, uns profissionais da politica da nossa praça que se lhes reconhece a eloquência e malabarismo para não dizer aldrabice intelectual, mas que a mim já não me enganam nunca mais.
Do Dr. Fadul se esperava uma árvore que desse frutas proveitosas para a comunidade nativa, mas, tal como a maioria das árvores daquela floresta negra, as frutas nem aos morcegos agradam.


2) O PAPEL DE UM SERVO

Hoje, como das outras vezes que, com alguma sobra de tempo ligo a Internet para ver coisas dos Guiguis, deparo sem surpresas com a continuação das novelas de sempre: Tricas e chicana.

Sem surpresas digo eu, sabendo que a ferocidade é a triste patente que nos distingue dos outros povos, naquilo que tange o nosso Modus Vivendi e a nossa sina como Guineenses que somos.
Temos sempre inveja daqueles que têm o que não temos, e daqueles que fazem o que não conseguimos fazer.

Foi sem surpresa que li e reli os artigos publicados no Contributo que, se não fosse sério, daria vontade de rir da dupla de conspiradores Djodji/Didinho que agora viraram as baterias contra o Sr. Dr. Leopoldo Amado a quem de forma pública expresso o meu desejo de muitas melhoras e rápida recuperação ao seu Pai que se encontra enfermo.

Li e reli, como disse e não encontrei nenhuma explicação plausível para o artigo do cidadão anónimo que vagabundeia com o pseudónimo de Djodji (o primeiro) cobardemente insultando aqueles que dão a cara por algo, que participam de corpo e alma em projectos concretos e, ou que se entregam à causas submetendo-se ao livre jogo político e democrático para a construção dum Estado de Direito na República da Guiné-Bissau .

Esse cidadão de nome fictício, não é capaz e nunca foi, de, por uma única vez, produzir um artigo de opinião com sapiência e virtuosidade à semelhança de vários outros Guineenses que esforçado (como é o caso do seu Senhor) ou não vão contribuindo nesta senda de opiniões às vezes politiqueira mas que tenta despertar os Guineense deste embalado sono de incúria.

Sobra razões para quem lê esses disparates publicado no sítio de costume, aonde os bois mugem desesperadamente à espera que o pastor os soltem para a pastagem, indignar com a forma como nós os Guineense não somos capazes de construir uma plataforma de acções, um espaço de diálogo franco e aberto ou um equilíbrio de valores ideológicos que contribuem de forma positiva para nos desenvencilhar-mos da complexa situação social e económico em que o País se mergulhou.

Sem sombra para dúvidas que a nossa mesquinhez , os nossos complexos, as nossas rivalidades se sobrepõem continuadamente aos interesses comuns, transformando-nos num povo incapaz de nos organizar e trabalhar para o bem estar de todos, num País que sobra recursos para todos vivermos razoavelmente bem.

O projecto Contributo, não colhe nem colheu inimigos como se tenta pintar por aí, antes pelo contrário, o que foi fazendo diferença com o andar do tempo, foi a forma como o projectista se convenceu que merece pelo seu trabalho um endeusamento total, tal que nenhum mais cidadão possa de sua livre convicção exprimir a sua ideia que não seja a ideia do Senhor Contributo « O Chefe, o Sábio é claro».

Senão, alguém deverá explicar melhor, porquê que até o Dr. Inácio Valentim também entrou na lista dos inimigos do Contributo sendo Ele um ou senão mesmo o melhor articulista do espaço nó djunta mon do Site do Didinho.
Já não convencem ninguém que são todos apoiantes do Nino Vieira essa colecção de virtuais inimigos do Contributo ou que se movimentam por interesses obscuros.
Se a memória não me falha, a guerra do nosso Messias com Joangopy foi pelo simples facto deste ter expressado a sua opinião comentando o artigo do Côte um ex-policia radicado na Suíça e o Messias não gostou;
Com Inácio Valentim, não gostou deste ter emitido a sua opinião contrariando alguns pontos de vista do João Carlos Gomes;
Com Paulo César foi o critico artigo: Os assimilados di aos;
Com o Dr. Leopoldo confesso que desconheço o problema visto não ser público qualquer artigo deste contra o Didinh, o que me leva a acreditar que foram conversas de bastidores que o Didinho de forma inconsciente trouxe à praça pública.
E o nosso Djodji alguma vez teve a ousadia de emitir uma opinião que não seja concomitante com a do Chefe?
Sejamos sinceros meus senhores.
Não se deve tentar vender ilusões.
Quem luta para passar mensagens de democracia e outros valores societários não pode deixar cair no erro de não praticar esses princípios.
Ao entrar em guerrinhas com aqueles que têm opiniões contrárias, Didinho simplesmente comete o pecado mortal da intolerância, o que contraria tudo o que vem apregoando ao longo do seu reconhecível trabalho.
Ao nosso estimado Djodji (o primeiro) que pense bem, porque, o analfabetismo político (parafraseando I. Valentim) reduz o homem ao papel de Servo. E, saiba meu caro que, não há jorna que paga a honradez e a independência ideológica do homem na sua verdadeira acepção da palavra.
Eu não queria estar na sua pele.

Anónimo disse...

Abra uma excepção, e publique o texto de Leopoldo Amado.Não lhe ficará mal. Tenha em conta que são já vários textos perjudicando a sua imágem, sem que este tenha um meio de defesa.
Um abraço amigo.

Inácio Valentim disse...

O Leopoldo é livre de publicar aqui se assim o entender. Contudo, não sei se faz sentido continuar com a polémica, a Guiné precisa de outro tipo de olhar e de outra imagem.

Com os melhores cumprimentos,

Inácio Valentim

Didinho disse...

O anónimo que escreveu ambos os comentários é o próprio Dr. Leopoldo Amado!

Ele que sempre fez intrigas entre o Didinho e o Valentim!

Ele que faz referências indirectas ao próprio Valentim, no Comunicado que emitiu "Nunca considerei-me um supra sumo e nem nunca contestei que Mário Cissoko fosse um bom historiador. Insurgi-me, isso sim, contra pessoas próximas ao Didinho que, referindo-se a um livro que escrevi (coordenei), falavam do que não sabiam, usando uma infeliz entrevista de Mário Cissoko à propósito, tendo eu lhes desafiado a apresentarem um único trabalho publicado por este último".

Porque diz o Dr. Leopoldo Amado que o Inácio Valentim entrou na lista de inimigos do CONTRIBUTO?

O Inácio Valentim pode e deve explicar ao Dr. e outros mais, que discordar de pontos de vista em relação a parte de um texto nunca significou inimizade entre nós!

Ontem, por exemplo, voltei a publicar no CONTRIBUTO um texto do Inácio Valentim, por ele enviado!

Quantas vezes o Dr. Leopoldo Amado não deixou aqui, neste espaço e noutros mais, comentários anónimos ou com pseudónimos, a fazer intrigas e a querer desgastar a minha imagem e a tentar desacreditar o meu trabalho?

Opá, quem não o conhecer que o compre!

Fernando Casimiro (Didinho)

www.didinho.org

Anónimo disse...

O Leopoldo cometeu um grande erro. É um erro responder as pessoas como o Didinho, o que indicia que o próprio Leopoldo é inseguro nas suas posições. O Leopoldo deiva ter a postura que o Valentim e outros tiveram, não responde, aliás isso sóa ajuda o nino veira e os seus homens.

BR.

Anónimo disse...

QUE PENA!
Sempre acreditei que o analfabetismo é o factor primordial do subdesenvolvimento do Continente africano e de forma especial da nossa AMADA GUINÉ-BISSAU. Assim contrariei e detestei veemente Mohamar Kadafi,o autor do "Livro Verde" que afirmara que a escola aliena o homem. Mas na realidade quem estava “errado” era eu, pois, a contínua e perpétua ferocidade com que os intelectuais guineenses se combatem e se detestam, a perversidade que anima o espírito de uns ou outros afastando-os reciprocamente confirma que o Mahomar Kadafi tem razão que a escola aliena o homem.
Dos que estão na própria Guiné-Bissau e nós que deste lado estamos, ninguém ignora a gravidade da situação que se vive no país. E aqueles que deveriam ser guias "os intelectuais" perdem o seu precioso tempo a escrever as coisas que nem a eles e muito menos a Guiné-Bissau dignificam. Que importa que eu Francelino seja um padre guineense e o senhor I.Valentim, um diploma de carreira; ou o senhor Viriato L.S. Cassamá seja um geólogo e o senhor Leopoldo Amado, um historiador? Até quando seremos capazes de reconhecer, do mondo inteligente, que, o que a Guiné-Bissau precisa de cada um/a de seu/sua filho/a não são certamente essas permanentes contradições antagónicas, mas sim a capacidade de pôr em prol na Nação o seu "savoir-faire". Para mim é uma grande honra e um imenso benefício que o senhor Viriato tenha conseguido a Licenciatura em Geologia, pois quem ganha é a Guiné-Bissau e ganhando a Guiné-Bissau ganham os Guineenses. O que digo do senhor Viriato serve para milhares de outros/as intelectuais guineenses formados/as e especializados/as em muitíssimos domínios de saber.
Todos apontamos as nossas bastarias contra os políticos de acordo com as nossas tendências e conveniências de momento, mas com essas incessantes polémicas e acusações mútuas o que dizem esses políticas sobre nós? Como estão coisas neste momento, temos a autoridade moral e se a temos de onde é que nos advém, para apontar o dedo contra alguém pela sua atitude ou postura politicamente incorrecta se somos incapazes de apresentar alternância, o famoso “Sopy” de Wade? Que diferença existe nessas insanáveis guerrilhas entre os intelectuais guineenses de um lado e as querelas politicas dos políticos guineenses no “terreno” de outro lado? Nunca fui grande matemático, porém, o denominador comum é o mesmo: os insultos permanentes e recíprocos, imiscuir-se profundamente na vida privada e familiar de uns aos outros, a superficialidade e a ligeireza com muitas questões sérias são encaradas e abordadas; a incapacidade de conceber algo de sustentável que manifeste positivamente a diferença.
Porque razão, os intelectuais guineenses de vários ramos de saber que são tantos, não se reúnem para arquitectar e construir algo que manifeste alternativa ao actual projecto destruidor e que mostre ao mundo que podem construir a Guiné-Bissau? Lanço aqui um grande desafio a todos os intelectuais guineenses de deferentes quadrantes de saber que seja arquitectado um Projecto englobante em prol da Guiné-Bissau, por exemplo a construção de um Politécnico de ensino médio e superior ou outra coisa melhor.
Há razão que justifique que alguém passe tantas horas a conceber e escrever algo de insultuoso, difamante e lamacento que tenha pura e simplesmente o objectivo de denegrir a imagem do colega e compatriota só porque é diferente e pensa de modo de contrário? Porventura não há outra para fazer na vida? Compreendo perfeitamente que o balanço negativíssimo que fazemos do actual panorama geopolítico guineense, tendo em conta os trinta e quatro anos decorridos tenha estado na origem dessas contradições antagónicas que nos animam e sustentam o nosso quotidiano. Porém, sem a nossa união, sem a tolerância, sem a compreensão recíproca, sem a capacidade e coragem necessária de reconhecer que o outro é diferente, sem o espírito de bom senso, dificilmente a Guiné-Bissau se erguerá do fundo do profundo abismo lamaroso a que a projectámos.
Hoje são, precisamente, trinta e quatro anos que a Guiné-Bissau revelou ao mundo que sabia o que queria: a Independência nacional que lhe permita organizar melhor a sua própria destruição, o seu próprio aniquilamento.
Há dois mil atrás, Cristo dizia aos seus acusadores: “se um reino se combate a si mesmo esse reino não poderá sobreviver”. E é muita pena que a Guiné-Bissau não tenha compreendido que combatendo contra si mesma jamais poderá viver. O resultado está a vista de todos. Mas até quando então?
Padre Francelino

Braga, Portugal