quinta-feira, 30 de abril de 2009

AÚN RESUENA LA PROCLACIÓN (ÁNGEL MORENO)

Aún resuena la proclamación, en la noche de Pascua, del relato del origen del universo, en la sucesión de los siete días primeros, y la constatación de que, en el octavo día, todo ha tenido su culminación en Cristo. Él es la luz, la fuente de agua viva, el pan del cielo, el camino, la verdad y la vida. Él es el hombre pleno, perfecto, todo ha sido hecho por Él y para Él.

Hoy se proclama en el Evangelio la expresión de Jesús: “Yo soy el buen Pastor”, su autorretrato. Todo se recapitula en Cristo. Él es el Cordero de Dios, y a la vez el Pastor, Él produce la sed, y Él mismo se ofrece como manantial. Él conduce al rebaño hacia los pastizales, y es a la vez el alimento que sacia.

Los primeros cristianos, desde muy pronto, encontraron en la figura del Pastor la imagen plástica que mejor representaba a Cristo. La Iglesia ha fijado para este día la jornada mundial de oración por las vocaciones, para que no falte a los fieles el apoyo de quienes, en nombre de Jesús, prolongan la presencia entrañable y generosa del Pastor bueno. El llamado al seguimiento debe tener la seguridad de saber de quién se fía, de la Palabra fiel, que no se retracta de lo que promete, aun en daño propio. El buen Pastor no es un asalariado. Ante Él cabe invocar:

“Pastor bueno, atento y silencioso, orante y contemplativo, conocedor del tiempo y de los caminos, hecho al calor del verano y a los fríos invernales, a las estepas nevadas y a las noches estrelladas, que acompañas la trashumancia del pueblo y lo conduces hacia la tierra de la promesa.

Pastor bueno, fuerte y vigilante, que oteas el horizonte y salvas a quien se queda solo, aislado, expuesto al ataque de las fieras, de todos los enemigos. Y cargas sobre tus hombres con la criatura. Tú conoces por el nombre a cada ser humano y llamas a cada uno a una vocación particular de manera personal y distinta.

Pastor bueno, no permitas que me aparte de tu mirada, que no me distancie tanto que pierda la posibilidad de escuchar tu silbo amoroso, compasivo, entrañable. Que si por mi torpeza, debilidad o ensimismamiento me entretengo emancipado de ti, que al menos la luz de tu rostro y la resonancia de tu voz me posibiliten siempre volver hacia ti”.

Y parece que le escucho decir al buen Pastor:

“No te resistas a la gracia. No te atrincheres en tu debilidad. No te castigues con el exilio voluntario del abrazo de la misericordia.

Déjate llevar, si es preciso, y una vez más, sobre los hombros del perdón. Déjate conducir, como de nuevas, por la Palabra, fascinado por la luz del rostro de quien te quiere más que nadie.

Permite la quiebra y el hundimiento de todos los muros de tu resistencia, aparentemente honesta, pero que es fruto de tu amor propio, y pretensión algo vanidosa. Recuerda que he dado la vida por ti, y sígueme”.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O ESTRANHO SILÊNCIO DE KUMBA

O Dr. Kumba tem falado pouco desde os últimos acontecimentos de Março. Aliás, muito pouco para o ritmo de aparecimento público que lhe é habitual. Será uma fase de amadurecimento político ou é uma simples jogada estratégica contra os seus adversários?
Seja como for, o silêncio de Kumba é bastante comprometedor, não só para ele como líder de partido e figura pública, mas sobretudo, é comprometedor para a independência e exigência de transparência que o momento actual requer.
Não se lhe pede que deite foguetes incendiários contra os actuais homens fortes de Bissau, mas que se posicione em favor da liberdade política.
Naturalmente, as recentes declarações de Fadul em Lisboa, vão proporcionar e de que maneira, a campanha eleitoral do Dr. Kumba. É verdade que fiel ao seu estilo, Kumba nunca precisaria de ajuda de Fadul, mas factos são factos, e infelizmente, as palavras de Fadul vão fazer correr muita tinta num país onde tudo está por explicar e justificar, particularmente a nível judiciário.
É pois neste contexto que o assombroso silêncio de Kumba pode ser um preludio para agudização do mal-estar num país que já todos sabemos que não terá futuro, enquanto os seus principais problemas não forem tratados sem complexos

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A GUINÉ E O PROBLEMA DE AUTO REFERÊNCIA

O espaço público guineense atravessa um deserto de saber. Os sábios retiraram-se da intervenção pública guineense para não se cruzar com os novos donos do “saber” muito mal sabido. Na praça guineense de este novo saber há um monopólio sobre a verdade da realidade social e política do país. Só é real o que sei, o que conheço. O que desconheço não existe. De este modo, usamos o apelo a ignorância para instaurar a unicidade e o nivelamento do pensamento. Não me estranha por isso, que um destacado publicista de venda de cosméticos e aparelhos electrónicos da nossa praça cibernética procure a legitimidade junto da unicidade do pensamento para o seu comércio.
Parece que é habitual que todos os quadros que não pensam em conformidade com o pretendido pensamento nacional, sejam vistos como não tendo terminado os respectivos cursos e sejam acusados de “merecer” uma bolsa injustamente. Nós estamos em condição de falar por nós mesmos, porque nunca fomos beneficiários de bolsas guineense (quem tem provas do contrário que as torne públicas e documentadas) ou outras na licenciatura feita na (UCP) ou outras formações posteriores em curso.
Somos de opinião de que o debate se faz na diversidade e na busca de consistência para o mesmo. Os perdedores dos debates não são aqueles que ficam sem palavras, mas os que não sabem ficar calados quando não têm nada a dizer. É normal que a nossa maneira de escrever e citar canse aos que se consideram supra autoridades. Nós, não o somos, por isso, a intenção de bem-fazer, nos obriga a olhar para aqueles que já fizeram, aqueles que nos precederam. Também queremos dizer com todo o respeito aos vendedores de cosmética, que não há guerra com o “CONTRIBUTO”. Há talvez uma diferença de opinião assente no respeito e na amizade. Não nos cansamos de dizer que é um espaço incontornável de referência guineense, o que não quer dizer que muitos dos contributos expostos não possam ser objectos de discordância analítica. Há seis anos que estamos a escrever publicamente; e há seis anos que somos fieis a nós mesmos, evoluindo conforme a realidade.
Falamos de aquilo que sabemos e aceitamos que há algo para além de aquilo que sabemos. A auto referência desmedida é certamente um sintoma de complexo.

domingo, 5 de abril de 2009

"DESLIZE PARA A DITADURA"?

Qualquer violência é condenável venha de onde vier. Neste sentido estamos solidários com a manifestação dos partidos políticos guineenses que teve lugar estes dias em Bissau. No entanto, distanciamo-nos deles quando afirmam que a situação actual pode significar um deslize para a ditadura. Pensamos que esta afirmação não é factualmente honesta. Parece que estamos a caminhar para a ditadura, mas não é verdade. O que há é simplesmente uma mudança de protagonistas de poder. Nada do que está a acontecer neste momento é novo na história da política, intervenção e interpelação militar na Guiné. Certamente que alguns se recordarão do espancamento do Dr. Silvestre Alves e do assassinato do comodoro Lamine Sanha em pleno funcionamento democrático. O próprio Carlos Gomes teve que encontrar esconderijo na sede da ONU em Bissau por ter acusado ao presidente Nino de ser mandatário da morte do comodoro Lamine Sanha. Também a memoria nos pode recordar quantas vezes o general Ansumane Mané interveio publicamente humilhando os seus adversários, quer em período de transição tendo como primeiro-ministro o Dr. Fadul, quer já na normalização democrática com o Kumba como presidente República.
Em suma, o que queremos dizer é que não há indícios para que se possa dizer que o país caminha para a ditadura. Existe uma desorientação e ausência de liderança e de referencia pública convincente. O país está no seu estado natural. O ciclo de VIOLENCIA CONSTANTE. Também por esta razão não é justificável o apelo que a oposição faz pedindo a demissão do governo. Todos sabemos que o problema guineense não é político, mas étnico e militar. É o eterno dilema guineense de conflito entre o discurso enquanto palavra e racionalidade, contra acção enquanto instrumento de violência protagonizada pelos militares que impedem a espontaneidade da racionalidade. De Guiné não se pode esperar nada enquanto o problema étnico militar não for solucionado. E, a solução passa em pôr fim a teoria de engrenagem em que a culpabilidade colectiva conduz à demissão da responsabilidade pessoal.
Neste momento, as pessoas parecem estar saturadas de violência que ja vinham consumindo há muito tempo. Há também indicios de que os acontecimentos de Março estão a proporcionar paulatinamente a recusa de actual classe dirigente militar porparte da opinião pública.
Com ou sem presidente em Junho, o problema guineense não será resolvido. Haverá sem dúvidas possibilidade para tapar alguns buracos institucionais, mas não por muito tempo. Tudo será como tem sido até agora. Por uma grande infelicidade guineense, o mal e a tragédia político-militar convivem permissivamente nas casernas

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O TERROR ESTÁ DE VOLTA NA GUINÉ-BISSAU

Os acontecimentos recentes de pancadaria na capital guineense, revelam um estado de desmando político de actual governo e revela uma conivência sórdida, de um primeiro-ministro refém dos militares.
Estamos a retroceder no tempo. Só no curto período do reino de Ansumane (em plena normalização das instituições democráticas) que a Guiné conheceu uma violência tão patética e estúpida contra figuras públicas. Nino era milimétrico, actuava sem actuar, o que quer dizer que não tinha intenção de aniquilar a liberdade de opinião dos seus adversários. O Dr. Francisco Fadul hoje espancado é um dos exemplos de como Nino tratava os seus adversários.
O mal guineense é que o activismo jornalístico e de ideias, têm reduzido o país à imagem do seu presidente ignorando as outras vertentes da política, tudo por causa das inimizades pessoais. Naturalmente, hoje quem se ri dos guineenses é a alma infernal de Nino Vieira.