domingo, 29 de abril de 2007

AS PRESIDENCIAIS SENEGALESAS

Depois do veredicto do ano 2000, em que os eleitores senegaleses se pronunciaram para a mudança, são convidados outra vez a dar uma sentença eleitoral entre o presidente cessante, Mestre Abdoulaye Wade e os seus catorze concorrentes.
O Senegal é um dos raros países africanos onde a democracia é revestida com as suas duas interpretações fundamentais, as eleições e a liberdade política quer em relação à Constituição quer em relação ao Cidadão. Á imagem da bem conseguida transição política, o país vive o bom fulgor democrático, embora não lhe tenha faltado alguns sobressaltos políticos normais aos sistemas democráticos.
Wade terá a possibilidade de saber amanhã, dia 25 de Fevereiro, quanto vale ou quanto custou toda a sua acção política destes últimos sete anos. Para já, tem uma grande vantagem em termos de política de segurança em relação aos seus adversários. Com efeito, apesar da conhecida ligação entre os rebeldes de Casamance e o brigadeiro Ansumane Mané, Wade conseguiu inverter a situação através do apadrinhamento político nacional e internacional que deu ao presidente Kumba Ialá. O fratricídio profundo dos rebeldes começou com o envolvimento sério dos homens do Kumba na excussão das recomendações de Wade. As recentes limpezas feitas pelos homens do general “Nino” Vieira, não fizeram que concluir o trabalho começado por Kumba.
O presidente cessante senegalês pode gabar-se também de nunca ter mudado a sua posição em relação à França e pode ainda gabar-se de não ter recebido retaliação francesa como aconteceu com Nicefor Soglo no Benim. Wade tem também além do sucesso económico e tecnológico senegalês destes últimos anos, o facto de ter dado uma resposta inteligente à União Europeia em relação à política de imigração.
As previsões recomendam cautela no que diz respeito ao desfecho eleitoral, uma vez que, a grande quantidade do número dos pretendentes, a ambiguidade de alguns candidatos e a divisão no partido socialista senegalês podem facilitar a recondução de Wade, apesar dos seus 80 anos.

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